O vestido de repolho azul é uma estrutura em estaca
Que forma uma ondulação de virgem poderosa
A sua pele branca cobre os ossos robustos
O pescoço vira para a direita um rosto mascarado de pureza
Espelha-se num artifício que a reflecte mais magra
Na esquerda uma mulher de joelhos segura-lhe a cauda
À direita uma mulher fina e minúscula de cintura de vespa
Fixa os olhos no espectador assumindo uma elegância silenciosa
A tela que se encontra sobre a parede é um arremesso intemporal
Sobre um verde-garrafa que se vai dissipando em castanho-escuro
Biombo com um relevo de uma maternidade santificada
Na senhorinã cor-de-rosa uma menina de pernas compridas
Encaixa-se num tronco minusculo com braços fixos sobre a cintura
O cabelo com dois laços de cada hemisferio da cabeça de olhos fechados
Pende para a direita desarticulada insurgindo-se contra a normalidade
Instituida consecutivamente por um livro de notas onde se resume
Um corpo impuro e de coração de maçã sinistra que se for detonada
Explodem as figuras que ao se encontrarem expelem o vestido da noiva
A perspectiva criada a partir de diferentes ritmos cardiacos dá-lhe movimento
A uma fonte que em vez de expelir àgua precisa de ser beijada
MONOROMANTA
PoetryBlog
Friday, 15 January 2010
Livro de Esboços
No desenho exagero o comportamento
E liberto o humor segundo a regra popular
Do português que levanta os braços numa revista
Agradece as palmas de um poço composto por crocodilos
Que reviram os caixotes de lixo da Capital de Portugal
Intento o grotesco que se potencia em suicídio
Sou meio Homem decomposto numa métrica animalesca
Levanto o braço direito com o outro escondido na perna
A gravata escura sobre a camisa branca e rosto de palhaço
O nariz sobrepõem-se a tudo o resto como elemento centralizador
O riso a gargalhada provocada pelo infortúnio de cultivar a comédia
Pode ser a ironia que as mulheres apelidam de fatal “destino”
Um vácuo moribundo nas mãos como falos à minha mão?
Sou puxado por fios para que os meus pés cheguem à cabeça
Ou que rasteje pelo chão como se fosse uma ratazana ranhosa
À inspirar o vento rasteiro que corre num circuito do medo
Fecho os olhos e tenho a percepção de uma pátria castrati
Numa dimensão teatro à italiana num cântico oceânico
Que deixo a boiar dentro de Caravelas semeadas no Tejo.
E liberto o humor segundo a regra popular
Do português que levanta os braços numa revista
Agradece as palmas de um poço composto por crocodilos
Que reviram os caixotes de lixo da Capital de Portugal
Intento o grotesco que se potencia em suicídio
Sou meio Homem decomposto numa métrica animalesca
Levanto o braço direito com o outro escondido na perna
A gravata escura sobre a camisa branca e rosto de palhaço
O nariz sobrepõem-se a tudo o resto como elemento centralizador
O riso a gargalhada provocada pelo infortúnio de cultivar a comédia
Pode ser a ironia que as mulheres apelidam de fatal “destino”
Um vácuo moribundo nas mãos como falos à minha mão?
Sou puxado por fios para que os meus pés cheguem à cabeça
Ou que rasteje pelo chão como se fosse uma ratazana ranhosa
À inspirar o vento rasteiro que corre num circuito do medo
Fecho os olhos e tenho a percepção de uma pátria castrati
Numa dimensão teatro à italiana num cântico oceânico
Que deixo a boiar dentro de Caravelas semeadas no Tejo.
Thursday, 31 December 2009
Mulher Cão
Correm nas minhas veias cães negros
Um tremor que perpassa de um lado ao outro
Da praia onde recebo os elogios dos meus pais
Com o céu ocupado pela lua cheia que se espelha no ar
Dançamos ao ritmo polifónico do mar
Os abutres chegam à hora de almoço
O mês está pronto para sentar Portugal
O emigrante da pesca à linha do bacalhau
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Não sei se estou a uivar ou a rezar por um macho
Que tenha o cio tão insaciável quanto o meu corpo
Fogo inextinguível por ser filha da natureza
Fruto do compasso e convívio de dois sexos
Posso bradar como uma flor que se extingue no Inverno
Persegue-me o cheiro do teu poder que perfura as veias
Durante o dia os cães ladram à minha passagem
Como se fossem adolescentes a descobrir a virgindade
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Um tremor que perpassa de um lado ao outro
Da praia onde recebo os elogios dos meus pais
Com o céu ocupado pela lua cheia que se espelha no ar
Dançamos ao ritmo polifónico do mar
Os abutres chegam à hora de almoço
O mês está pronto para sentar Portugal
O emigrante da pesca à linha do bacalhau
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Não sei se estou a uivar ou a rezar por um macho
Que tenha o cio tão insaciável quanto o meu corpo
Fogo inextinguível por ser filha da natureza
Fruto do compasso e convívio de dois sexos
Posso bradar como uma flor que se extingue no Inverno
Persegue-me o cheiro do teu poder que perfura as veias
Durante o dia os cães ladram à minha passagem
Como se fossem adolescentes a descobrir a virgindade
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Tuesday, 28 July 2009
A fada azul e Pinóquio
Se me sussurrarem ao ouvido um sopro da vida
Apenas um simples lampejo de uma tempestade
O nascimento realiza-se ao rasgar das águas
As ondas a irromperem sobre a costa atlântica
Sou um império em que as cinzas é o português
Essa paixão atlântica que faz de mim uma criança
Nas mãos de uma fada tão azul quanto o céu pardo
Oiço a sua dedicação materna e consanguínea beleza
A sua palavra é um domínio de margens por conquistar
Da sua varinha com uma estrela prateada no cimo
Surge a luz que multiplica-me em heterónimos
E consequentemente numa ausência de mim mesmo
Destinado a ser uma pátria filha da abstracção
Construída sobre mares que em cada corrente virgem
Redefinia a condição dos portugueses no hemisfério
Os ventos alísios que sopram do ventre de fada
Submetem a sua vontade à minha multiplicação
Decomposto na mesma proporção da nossa paternidade
Apenas um simples lampejo de uma tempestade
O nascimento realiza-se ao rasgar das águas
As ondas a irromperem sobre a costa atlântica
Sou um império em que as cinzas é o português
Essa paixão atlântica que faz de mim uma criança
Nas mãos de uma fada tão azul quanto o céu pardo
Oiço a sua dedicação materna e consanguínea beleza
A sua palavra é um domínio de margens por conquistar
Da sua varinha com uma estrela prateada no cimo
Surge a luz que multiplica-me em heterónimos
E consequentemente numa ausência de mim mesmo
Destinado a ser uma pátria filha da abstracção
Construída sobre mares que em cada corrente virgem
Redefinia a condição dos portugueses no hemisfério
Os ventos alísios que sopram do ventre de fada
Submetem a sua vontade à minha multiplicação
Decomposto na mesma proporção da nossa paternidade
Subscribe to:
Posts (Atom)