Thursday, 31 December 2009

Mulher Cão

Correm nas minhas veias cães negros
Um tremor que perpassa de um lado ao outro
Da praia onde recebo os elogios dos meus pais
Com o céu ocupado pela lua cheia que se espelha no ar
Dançamos ao ritmo polifónico do mar
Os abutres chegam à hora de almoço
O mês está pronto para sentar Portugal
O emigrante da pesca à linha do bacalhau
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!
Não sei se estou a uivar ou a rezar por um macho
Que tenha o cio tão insaciável quanto o meu corpo
Fogo inextinguível por ser filha da natureza
Fruto do compasso e convívio de dois sexos
Posso bradar como uma flor que se extingue no Inverno
Persegue-me o cheiro do teu poder que perfura as veias
Durante o dia os cães ladram à minha passagem
Como se fossem adolescentes a descobrir a virgindade
AUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!