Tuesday 28 July 2009

A fada azul e Pinóquio

Se me sussurrarem ao ouvido um sopro da vida
Apenas um simples lampejo de uma tempestade
O nascimento realiza-se ao rasgar das águas
As ondas a irromperem sobre a costa atlântica
Sou um império em que as cinzas é o português
Essa paixão atlântica que faz de mim uma criança
Nas mãos de uma fada tão azul quanto o céu pardo
Oiço a sua dedicação materna e consanguínea beleza
A sua palavra é um domínio de margens por conquistar
Da sua varinha com uma estrela prateada no cimo
Surge a luz que multiplica-me em heterónimos
E consequentemente numa ausência de mim mesmo
Destinado a ser uma pátria filha da abstracção
Construída sobre mares que em cada corrente virgem
Redefinia a condição dos portugueses no hemisfério
Os ventos alísios que sopram do ventre de fada
Submetem a sua vontade à minha multiplicação
Decomposto na mesma proporção da nossa paternidade